24 de fev. de 2017

A RESISTÊNCIA IMPERIANA EM DESFILE

Não tenho grande expectativa quanto à ascensão do Império Serrano ao grupo especial neste ano, o que não significa que não estarei na avenida com "sangue nos olhos"!
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Se acontecer e, queremos que aconteça porque ninguém desfila pra perder, Vai ser uma imensa e excelente surpresa!
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É que eu nem sei qual e o patamar hoje do Império. Se o Acesso é pouco pra ele, o Especial nada tem a ver com ele.
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Quando imperianos falam de resistência, eles estão indo muito além de tempo de exposição na mídia e dinheiro para fazer o carnaval.
Quando a escola tiver uma gestão que entenda isso e bote banca, além das palavras, com projetos, o Império Serrano promoverá uma revolução no carnaval porque no fundo, ela já existe dentro de cada coração verde e branco.
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No Especial ainda pode acontecer que a singeleza, o artesanal de panos e planos executado com o capricho de bordadeiras roubem a cena e "belisque" o prêmio principal, mas eu não vejo no Acesso isso acontecer.
Se não me engano, podem me corrigir, em 2015, Império Serrano veio com uma comissão de frente, remontando as tradicionais dos antigos desfiles.
Os membros traziam uma capa, cada uma, por dentro, com uma foto de baluarte que era exibida em certos momentos da coreografia e eu chorei de emoção e beleza. No entanto, essa comissão perdeu ponto, muitos pontos.
Como já é difícil acompanhar o resultado do G-A, imagina ter acesso às justificativas desse grupo? Logo, nunca soube porquê aquela "carnificina" num segmento com elemento do mais significativo do nosso carnaval. E ouvi gente especializada dizer que, não subindo naquela oportunidade, ficaria difícil dali pra frente, pois o desfile estava impecável.
Estão todos viciados nas tendências. J-30 introduzindo o luxo nos desfiles, não o fez em detrimento das raízes e origens, talvez por isso ele tenha sido gênio, o luxo não era a principal mensagem dos seus desfiles, apenas um meio de pulverizá-la com mais eficiência, numa escola que se sustenta pela comunidade que tem, numa época quando poderosos e ricos não eram questionados.
Os meios de comunicação perderam sua função e hoje são canais de vendas, ainda que isso deturpe culturalmente o caráter de toda uma nação.
Divulgam do carnaval apenas o que interessa a eles e o que interessa a eles é o que lhes rendem lucros. Certamente, nunca se interessarão em fazer um cobertura decente dos desfiles, porque teriam que trocar os seus assalariados por especialistas. Porque trazem os valores do primeiro reinado que brasileiro gosta de bunda de fora, cachaça e furdúncio, fingindo ignorar as horas de trabalho escravo e, oferecem isso para evitar que as senzalas se esvaziem.
- Deixa, deixa eles dançarem e tocarem esses tambores no quintal
Imagina se vão "perder" ainda mais tempo com o Acesso carioca, se já não têm como dividir o tempo do seus anunciantes com o Especial...
Quando a gente fala sobre a resistência imperiana, não estamos falando de uma escola que só não está no Grupo Especial porque não tem dinheiro para desfilar no padrão luxuoso e custoso (tecnologicamente) das co-irmãs-ricas, a gente está falando de Resistência, um dos componentes daquele sangue que irriga jovens gerações que torcem por agremiações que jamais viram ser campeãs.
Enquanto isso, segue o leilão, o modismo, a alienação de quem entende samba como mercadoria e não como cultura, a ignorância implantada de que qualquer coisa estrangeira que não seja cultura brasileira, e por isso mesmo, é mas aceitável que qualquer carnaval ou samba.
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Tem continuação, mas agora vou ali pegar minha fantasia imperiana!

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